19.9.12

poema sobre a recusa

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda



Maria Teresa Horta

1 comentário:

Jaime A. disse...

Perder é coisa pouca,
quando o afecto
se prende na boca
e as pedras,
até a ternura,
se afastam
na gargalhada oca
de um amanhecer
vermelho...