Ela disse-lhe baixinho: «Uma flor branca pode ser uma arma mortal.»
...nunca mais lhe levou lírios.
A pedra. A pedra no ar.Uma coisa que voa.
Uma palavra que voa.
Ele recorda:«Peguei numa pedra e
atirei-a por cima do muro,
embrulhada num papel que dizia:
eis o meu coração, dou-to»
Infelizmente, ela não se sentara no
lugar do costume e a pedra acertou-lhe
em cheio na cabeça, com a aresta mais cortante.
Ao regressar a casa, cabisbaixo, pensou nos olhos dela.
Já não sabia se eram azuis ou castanhos. Já não sabia se
seriam capazes de o olhar, depois de conhecerem a verdade.
Repetiu baixinho, para si mesmo: «Uma flor branca pode ser uma arma mortal».
E acrescentou: «Um coração também»
José Mário Silva
Arma Mortal (excertos)
in Efeito Borboleta
Fotografia de Katia Chausheva
6 comentários:
Olá,
Setembro chegou e não dei conta, decerto ainda terei tempo de respirar de alívio antes que o Outono comece a pintar a paisagem.
O anjo não me abandona, nem me deixa adormecer.
Beijinhos e saudades.
Uma flor de todas as cores para ti. :)
um beijo
recordo-me de um episódio semelhante há muito tempo atrás e com outros contornos ... não tão dados a afagos ... não fiquei para ver o resultado ... ouvi antes o gemido ... por vezes ainda sinto o aperto (aqui tb no coração) do remorso
clarinda, compreendo-te amiga. Vais conseguir, antes que as castanhas estalem, quentinhas, nas mãos :) A brindar, com vinho moscatel, pode ser?
Saudades também.
bj.
violeta, pode ser? :)
outro, cns.
petroy, a atirar pedrinhas às princesas?! (o que teria ocasionado tal gesto irado...;)
bjs.
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