27.11.08

diários #8

when i feel other things i can not share


Labels, palavra a saltar das teclas. La-bels. Lábios a construírem desejos (i wish i could fly), sons levantados dos dedos, cristalinos como campainhas (and the moon above me), olhos debruçados na escolha das cores a preencher os rectângulos. Contínuo soletrar das mãos (I wish i could talk), a encaixar rectângulos e cores nas palavras (to the gods and the birds above me), tudo a passar-se aqui em baixo, onde as palavras se constroem e destroem ao ritmo de insert/delete. Frases a entrarem nas caixinhas, pacientemente, a organizarem-se todas (i wish i could say the same of myself, that i’m in perfect harmony), a esconderem-se da ardência dos olhos e do pássaro mecânico alojado no peito. (I wish that i do not use the sword of my tongue to lash out at the enemy) e lábios e olhos a saberem que o inimigo é quem mais amam, - as palavras têm sempre dois gumes -, dedos a dobrarem o passado para que a luz não lembre (i wish i do not fear the light, i wish i do not stray from love as my guide), quadradinhos coloridos a alinharem memórias (and all the pieces are fine, they dance and sing in unity), imagens enroladas a encherem o silêncio da boca. Pequenas manchas rosadas a invadirem as teclas, último label a escapar-se dos dedos gretados e doridos do frio.

2 comentários:

clarinda disse...

Gostei desta página. Ouço as teclas e o pássaro mecânico vai sendo embalado pela música de outros pássaros.Pode ser que um dia voe.

Beijinhos

moriana disse...

há-de voar, tenho a certeza (a única na vida, suponho)

bjs.