8.1.09

perturba-me a inocência do nome por dizer







podia sorver a doçura da palavra
tocá-la ao de leve
liquefeita
de encontro à língua
dizê-la em súbito desejo
de chorar todos os rostos
que em inumeráveis gotas o mar
vai espalhando no meu corpo

moriana

8 comentários:

Jaime A. disse...

o mel...
o mel foi sendo esquivado:
galgou ombros,
risonho, abraçou o pescoço,
subiu boca acima
sorveu-se pela língua
(casta...),
aliou-se às lágrimas
(secas
de tantos rostos enegrecidos).
(...)
A palavra,
encrespava-se num rio,
sem margem,
sem destino.
Um só nome
brisava, amável,
numa candura
filha dum poente,
brilhando-lhe as costas,
ombros,
uma boca silente,
empalada em virginal anseio.

clarinda disse...

moriana,

é o mar que nos traz os rostos que marcaram a nossa vida e também os nomes por dizer.

moriana disse...

mel silvestre, mel doce, bálsamo que suaviza as gotas salgadas.

um beijo, Jaime A.

moriana disse...

o mar tem tantas cores, não é?

bj.

Nilson Barcelli disse...

E o mar é inesgotável como a doçura da inocência, enquanto dura...
Gosto mais das tuas palavras do que as que escolhes dos outros...
Beijo.

moriana disse...

Eu sei, nilson, mas as palavras que escolho, falam comigo. Gosto de ouvir :)

Valter Ego disse...

Gosto deste teu canto... voltarei.

moriana disse...

olá Valter, és bem vindo.
:)