Mostrar mensagens com a etiqueta Gulbenkian. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Gulbenkian. Mostrar todas as mensagens

29.10.08

diários #4



sixteen almost seventeen


Os vidros gritam o verde dos ramos e os olhos desviam-se do silêncio da sala. Lá fora, gestos desenham-se a technicolor. Há a relva e o lago e as folhas espalhadas. E eles. Jogam à apanhada puxam-se a roupa. Inclino a cabeça, espreito-os por entre os galhos do salgueiro. Rolam no chão agora. Estreitam-se, já não os distingo, formam um junco. O vento não o quebra, desiste. Sinto-lhes a vida como se ela fosse acabar naquele momento. Sacodem as ervas e as folhas, apanham os livros, partilham o mp3. Caminham de braços e mãos apertados. Sigo-os até se tornarem uma mancha esbranquiçada. O prisma, a reunião das cores. Os olhos regressam ao silêncio da sala, ao livro a preto e branco.