No fim dos degraus a luz incide no rasgão dos muros. As plantas parecem urtigas gigantes, no terreno esventrado esperam a invasão dos prédios. O café rodeia a esquina, os passos atrevem-se no chão. Palavras coladas na boca, boa tarde menina, o que vai ser menina, não coma depressa menina. O pão de deus desfaz-se na boca, pequenos estilhaços de coco nos dedos, gotas de sumo de maçã na língua, aroma arábico na chávena. As árvores acompanham a avenida, entrançam folhas no passeio. Na montra, as capas sossegam as histórias. Os olhos entram, pegam nas vidas desenhadas nas frases.
27.10.08
diários #3
No fim dos degraus a luz incide no rasgão dos muros. As plantas parecem urtigas gigantes, no terreno esventrado esperam a invasão dos prédios. O café rodeia a esquina, os passos atrevem-se no chão. Palavras coladas na boca, boa tarde menina, o que vai ser menina, não coma depressa menina. O pão de deus desfaz-se na boca, pequenos estilhaços de coco nos dedos, gotas de sumo de maçã na língua, aroma arábico na chávena. As árvores acompanham a avenida, entrançam folhas no passeio. Na montra, as capas sossegam as histórias. Os olhos entram, pegam nas vidas desenhadas nas frases.
Etiquetas:
diários;Campo Grande,
Outono
7 comentários:
;)
O tempo corre de bem com a vida por este excerto de dia. As últimas frases são uma espécie de começo. De histórias.
beijinhos
Encanto, grande.
outro :)
Poderão ser. Quem sabe a(s) história(s) dos olhos que espreitam :)
bj.
Ainda nos conseguimos encantar com o quotidiano.
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