27.10.08

diários #3




No fim dos degraus a luz incide no rasgão dos muros. As plantas parecem urtigas gigantes, no terreno esventrado esperam a invasão dos prédios. O café rodeia a esquina, os passos atrevem-se no chão. Palavras coladas na boca, boa tarde menina, o que vai ser menina, não coma depressa menina. O pão de deus desfaz-se na boca, pequenos estilhaços de coco nos dedos, gotas de sumo de maçã na língua, aroma arábico na chávena. As árvores acompanham a avenida, entrançam folhas no passeio. Na montra, as capas sossegam as histórias. Os olhos entram, pegam nas vidas desenhadas nas frases.

7 comentários:

sophiarui disse...

;)

clarinda disse...

O tempo corre de bem com a vida por este excerto de dia. As últimas frases são uma espécie de começo. De histórias.

beijinhos

Hugo Milhanas Machado disse...

Encanto, grande.

musalia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
moriana disse...

outro :)

moriana disse...

Poderão ser. Quem sabe a(s) história(s) dos olhos que espreitam :)

bj.

moriana disse...

Ainda nos conseguimos encantar com o quotidiano.