1.6.09

Ave que passa

que põe e dispõe da luz


Ave exótica
que descalça
o jardim pela sombra

...e me toca debaixo
dos arbustos insulares




Ave que ofusca e reluz
que esconde e aparenta

...de colar negro e plumas que anunciam
a noite ascendente

Ave movediça
de uma antiguidade adolescente
que traduz um voo audível
que tira e abre as penas
e me aperta o corpo antónimo

Tiago Patrício
(excertos de poema)
in O Livro das Aves

2 comentários:

Jaime A. disse...

Ave movediça,
em voo audível,
e sobe, sobe
no infinito dos desejos.
Entre arbustos
de sombra e memória,
fixa a ausência
vira os segredos
e regressa ao voo
(para o passado imperfeito).
Abrem-se as asas e volteia
nas recordações
quase imberbes,
tremeluzentes de si.
Ouve o presente,
regressa,
e as brisas sopram
entre as folhagens...
memórias de voos
ecoando de longe...

moriana disse...

(os passados são sempre imperfeitos :)