Soletro-te o nome e lá estás, naquele cotovelo da rua
... abres os olhos e sorris o sorriso cândido de todas as ofertas,
...e dançamos nesse baile antigo, indiferentes a quem nos observa,
... e dançamos na noite de uma vida inteira,
e quando te penso
és uma rapariga debruada de sol
numa janela de flores
Baptista-Bastos
(excertos)
trabalho sobre imagens de Katia Chausheva
4 comentários:
... e dançamos na noite de uma vida inteira,
não sei se te lembras:
mirava teu sorriso,
naquele cotovelo de rua,
enquanto sobrava sol
nos teus olhos;
dançávamos o baile antigo,
e as tílias derramavam-se
em sorrisos
à tua passagem.
Dava-te o braço,
esquecíamos quem passava,
e ríamos,
ríamos muito,
apesar do tempo,
apesar dos outros,
apesar de nós...
subia o pano
das nossas lembranças:
o teu sorriso,
a nossa dança,
o gozo pela vida,
como se a nossa alegria
fosse sempre nossa,
nunca se sumisse
por entre conversas escarninhas...
Fiquei aqui,
à beira da rua,
do cotovelo,
ainda abro os braços,
esperando uma dança
que já partiu,
há tanto tempo,
que só te recordo
o sorriso,
os braços lânguidos,
a tua leveza surripiante...
Não!
Não voltes!
Não voltes mais!
chamar...
brir olhos...
sorrir
dançar
numa vida (quase) inteira
abrazo serrano
gosto de tílias, costumo comprar grandes ramos e secar as folhas para o chá :)
bj.
abrir os olhos, sorrir é mais difícil :)
abraço citadino
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